Hoje não é um dia só especial.
Talvez seja o dia de evidenciar conquistas, celebrar grandes feitos, mas principalmente, dia 8 de março, sempre é dia de reflexão.
Com certeza muitos falarão sobre as muitas coisas, direitos conquistados, sobre essa violência doentia sofrida, sobre a cultura do corpo, enfim...
Mas quero falar sobre a EMOÇÃO de ser mulher! Quero compartilhar com vocês, queridos leitores, a minha emoção...
Estive por dias fora e pude observar comportamentos, situações e como somos vistas, nós "mulheres" no Rio de Janeiro durante o Carnaval.
Foi realmente surpreendente! Poder me reconhecer em várias situações foi muito bom.
Na praia, no metrô, nos "bloquinhos", nas quadras das escolas, na noite carioca como um todo... Um respeito incrível. Liberdade, segurança e muita beleza. Há quem diga que "são turistas!". Mas acredito que isso é cultural.
É comum o espanto e ainda muito se pensa na objetificação do corpo feminino. Principalmente no Rio. Exemplo, uma Rainha de bateria semi nua ou a integrante do bloquinho de maiô no metrô às 16h, todos tratam com admiração e respeito, mesmo "babando"...
Me emocionei em várias situações ao ser tratada com muita cortesia, elegância e atenção.
Fui recebida na quadra da Escola de Samba "mais querida do Planeta" como uma Rainha! Mas não só eu, todas as mulheres do Morro da Mangueira são tratadas assim. Da Rainha da bateria a faxineira (veja aqui como foi a participação da colunista, que cantou com a bateria da Mangueira no último ensaio antes do desfile)
Ao subir no palco sagrado para fazer o que sei e acredito, senti como podemos nos emocionar junto a pessoas que nunca vimos, mas que nos respeitam não só como artistas, mas como Mulheres Artistas. O contexto todo foi mágico.
Eu chorei, e muito! Não foi apenas um sonho realizado! São acasos, surpresas, que nos fazem sentir coisas e extrapolar sentimentos e entender que, realmente, podemos nos permitir.
Coragem de estar em lugares desconhecidos, nos expor e experimentar novas experiências.
Isso é emoção!
Fazer aquela viagem de infância, e extravasar tudo!
Foto: arquivo pessoal
A colunista e as mulheres que a receberam na quadra da Mangueira e, no dia do desfile da escola, ajudaram a empurrar os carros da escola
E foi assim...
Na segunda de Carnaval poder ver as mesmas mulheres que estavam comigo na quadra empurrando os carros da Mangueira foi mais rico ainda.
Sim, queridos. Empurrando carros! Um trabalho tão masculino, que me encheu de orgulho e leveza. O trabalho de um ano todo sendo apresentado por mulheres, juntas! Aguerridas e fortes!
É disso que precisamos. REPRESENTATIVIDADE, RESPEITO E UNIÃO!
Que assim seja!